24.3.09

A busca de Maria por João - PARTE 2

Era difícil de acreditar. Parecia filme. Aqueles do Indiana Jones.
As paredes daquele quarto suavam como as do corredor.
Maria estava no centro do quarto acuada, suando como as paredes.
Lembra que eu disse que parecia filme?
Então...
Ela estava numa espécie de altar e ao seu redor uma espécie de trincheira, um nível abaixo do chão. Essa trincheira tinha cerca de um metro e meio profundidade por três de largura.
Imagine uma forma de bolo. Daquelas que tem um elevação no centro...
Era isso.
Só que cheia de ratos.
Mas não eram ratos comuns.
A cabeça eram de rato mas o corpo parecia de macaco.
- Que bicho é esse que eu nunca vi - pensou.
Mas no mesmo instante que pensou isso, pensou que seu amor estava ali cercada por esses monstrinhos e depois não pensou mais nada:
Tomou nova distância e flutou, em slow motion, por sobre os ratos em direção à sua amada.
À medida que isso acontecia, os grunhidos das ratazanas somados ao eco do quarto suado deixavam o ambiente completamente inaudível.
João abraçou Maria que estava fraca mas não conseguia ouvir o que ela dizia, tamanho o volume dos grunhidos.
Pensou:
- Tenho que tirá Maria desse inferno!

(continua)

5.3.09

A busca de Maria por João.

Quando percebeu, João já estava no meio de um corredor de uma casa antiga. E velha. As paredes tinham aquela cor de cimento queimado e pareciam que elas estavam suadas porque escorria um líquido desde o teto até o chão. Mas não chegava a molhar muito. Parecia orvalho.
E cheirava mofo.
João não sabia como tinha chegado lá.
Pior: não sabia como sair.
Nada apontava uma saída.
João já procurava por Maria por um bom tempo. Então entendeu que: "talvez ela estaria por aqui...".
Talvez.
Quando terminou de pensar isso ouviu um grito.
Era o grito de Maria.
Só podia ser.
Nunca havia escutado Maria gritar, mas sabia que era seu grito.
Saiu disparado pelo corredor tentando encontrar sua origem, mas de repente o som ficara abafado.
Estranho...
Mas continuou tentando. Abrindo portas. Olhando escadas.
O corredor era muito grande e isso dificultou sua busca.
Até que o grito de Maria explodiu em seu ouvido como se ela estivesse ao seu lado.
- Aquela porta verde - tinha certeza. Era aquela.
Correu.
Estava trancada.
Quanto mais ele tentava abri-la, mais Maria gritava.
Tomou a distância de um atleta que vai tentar a medalha de ouro numa olímpiada e disparou, descontrolademnete, até a porta.
A porta foi abaixo.
Não acreditou no que viu.

(continua)