25.7.11

24.7.11

A Floresta de Maria


José amava Maria.
Muito.
Sentia uma dor no peito de tanto amar. Uma dor de amor.
Ele adorava dizer coisas bonitas pra ela.
Gostava de dizer o que sentia.
Mas ela não gostava de ouvir.
José não entendia.
Talvez ela não sentisse o mesmo e tivesse vergonha por não sentir.

Mas José não se importava.
Pra ele, bastava ele sentir.
Em algum momento dessa história, não pôde mais dizer nada pra ela.
José se encolheu. Se reprimiu.
Não podia expressar o que sentia.
José se diminuiu e quase sumiu do mapa, de tão pequeno que ficou.

Um dia, teve uma grande idéia:

- Já sei! Cada vez que eu sentir vontade de dizer algo bonito pra Maria eu planto uma árvore! Ou uma flor! Boto alguma coisa na terra! E não incomodo mais Maria com as minha tolices!

Pois foi assim!
A cada "eu te amo" não falado uma árvore nascia! Ou uma flor. Dependia do dia.

Passaram-se anos.
E no lugar dos entulhos no fundo do quintal, nasceu uma bela floresta com árvores, flores e ervas.

Às vezes, no fins de tarde, quando José chega do trabalho, Maria está sentada no velho banco de madeira tomando um chá.
Ele fica irradiante ao vê-la desfrutando do mundo que ele criou pra ela.

José não sabe se Maria sabe que a floresta é dela.
Talvez, algum dia, Maria saiba que a floresta é dela.
Talvez ela descubra que José criou um mundo pra ela.
Talvez não.

O que importa pra José é que os "eu te amo" continuem a nascer.
Mesmo que em forma de árvores.