10.1.10

A Garota de Vênus - Parte 4

Já tinha completado quase um mês que tudo tinha acontecido.
Mas pra mim parecia uma ano ou mais.
Entendi a teoria da relatividade assim.
Tentava à todo custo me encher de coisas pra fazer. No geral coisas sem importância.
Só pensava em dormir. Só pensava em sonhar. Queria que tudo aquilo acontecesse de novo.

Tava sentado no computador, pensando sobre essas coisas, quando senti uma pancada aguda nas costas - nesses tempos violentos só me veio à cabeça que teria sido atingido por uma bala perdida.
Olhei pro chão e vi um sapato de salto alto. Olho pra janela em tempo de ver a cortina balançando sugerindo que o sapato passara por ali.
Subitamente corro até a janela pra descobrir quem foi o autor do “disparo”, ou autora, claro.
No sol escaldante das duas da tarde, lá embaixo, na calçada, estava a garota de Vênus de braços abertos, olhando pra mim, com um magnífico e gigantesco sorriso tipo “fatia de melancia”.
Não estava dormindo.
Me belisquei.
Não tava mesmo.
Era dia e ela estava ali na minha frente.
- Não vai abrir a porta? – Perguntou, ainda sorrindo.
Não consegui responder e saí correndo procurando a chave.
Ai!
Senti uma pontada nas costas.
Era a sapatada da venusiana.
Não a mesma. Outra sapatada.
Agora ela estava descalça.

Sorri e continuei à procurar a chave.

Um comentário:

CaSSio BoMFiM disse...

agora que voltaste a escrever dá p/ acompanhar de novo...

sobre a GV4: ainda bem que ela ñ jogou uma maçã né?! podia te trazer problemas...