26.5.11

Miojo e lágrimas.

Então, ele começou a chorar em cima do miojo.
Suas lágrimas começaram a se misturar à água fervendo.
Suas lágrimas ferviam junto àquela massa instântanea.
Tudo porque ela havia dito que "seguia o sol da cidade à procurá-lo."
Havia tempo não ouvia nada parecido.
Algo tão bonito.
Tudo bem! Ela emprestara de uma canção de um compositor famoso.
Mas pouco importava.

Outros versos se sucederam:
"Eu bem sei onde tudo vai parar..."
Ou: "Trago nesses pés o vento pra te carregar daqui..."
E mais lágrimas inundaram o miojo.

Ele só pensava em fazê-la feliz.
Daria toda sua felicidade pra ela - se fosse possível!
Viveria como um poeta do seçulo 19: com tuberculose e escrevendo sobre as dores do mundo.
Tudo pra vê-la com um sorriso eterno.

Não! Ela não foi embora!
Ela disse que só foi ali e já volta.

Mas entre idas e vindas, ele derruba lágrimas no miojo com medo que ela não volte.

Ela oferece versos bonitos.
Ele, macarrão com lágrimas.
E juntos escrevem uma história.

À propósito: o jantar está na mesa.





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